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Covid-19 pode alterar o padrão de conectividade funcional do cérebro!

Atualizado: 3 de mai. de 2021


Dados preliminares de um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sugerem que, mesmo em casos leves, o covid-19 pode alterar o padrão de conexões funcionais do cérebro, causando algum tipo de "curto-circuito" nos órgãos.


Essas conclusões são baseadas na ressonância magnética funcional (com sequência de repouso) realizada em 86 voluntários que curaram a infecção há pelo menos dois meses.

Compare os resultados com 125 pessoas que não têm doença e serviram como controle.


"Em um cérebro normal, certas áreas são sincronizadas durante o exercício, enquanto outras áreas estão em repouso. Para esses indivíduos com COVID-19, notamos uma severa perda da especificidade da rede cerebral. Isso pode exigir que o cérebro gaste mais energia e redução da eficiência do trabalho ”, disse Clarissa Yasuda, professora do Centro de Ciências Médicas (FCM-Unicamp) e membro do Instituto de Neurociências e Neurotecnologia (BRAINN) do Centro de Pesquisa, Inovação e Comunicação da FAPESP (CEPID).

Os dados não anunciados foram apresentados por Yasuda na quarta-feira (27/01), 7ª conferência do BRAINN. A pesquisa ainda está em andamento e o grupo pretende atrair mais participantes. A ideia é monitorar o desenvolvimento cerebral da infecção por SARS-CoV-2 por pelo menos três anos.


Segundo Yasuda, ainda não se sabe como o vírus provoca essa mudança na conectividade do cérebro, mas há algumas hipóteses que precisam ser estudadas.


“A infecção pode danificar parte da rede neural e, para compensar a falha de sinal, o cérebro ativará outras redes ao mesmo tempo. Esse tipo de hiperconectividade também pode ser uma tentativa do cérebro de restabelecer a comunicação na área afetada. "

Outra hipótese que a equipe de pesquisadores da Unicamp vai estudar é se esse estado de disfunção cerebral está relacionado a alguns sintomas tardios do COVID-19 relatados por alguns pacientes, como fadiga, sonolência diurna e alterações de memória e concentração.


"Pretendemos comparar a função cerebral de pacientes com esses sintomas tardios com a de pacientes que foram curados, mas não apresentam sintomas. Se essa relação entre hiperconectividade e sintomas neuropsicológicos persistentes for confirmada, podemos considerar medicamentos e outros métodos que podem ser tratados mostrando relaxamento ”, disse à Agência FAPES.

Alterações estruturais e funcionais



A pesquisa começou no segundo semestre de 2020, e mais de 2.000 pessoas em todo o país foram entrevistadas online. Incluindo apenas pacientes com doenças confirmadas por teste de RT-PCR, aproximadamente 90% dos pacientes não requerem internação (apenas tratamento domiciliar). Nesta fase, os participantes relataram seus sintomas cerca de dois meses após o diagnóstico. Os mais comuns são fadiga / cansaço (53,5%), dor de cabeça (40,3%) e perda de memória (37%).


Seis meses depois, por meio do questionário online, 642 participantes relataram ainda sofrer os sintomas tardios da doença, incluindo fadiga / cansaço (59,5%), sonolência diurna (36,3%), alterações de memória (54,2%), nota Falta de concentração ( 47%) e atividades diárias (23,5%). Além disso, 41,9% das pessoas relatam sintomas de ansiedade - esse percentual é muito superior à média da população brasileira (cerca de 10%).


Os pesquisadores avaliaram pessoalmente alguns voluntários e receberam testes neuropsicológicos - avaliação de funções cognitivas, como memória e atenção - tecnologia de ressonância magnética, para que a massa cinzenta do cérebro possa ser analisada de forma não invasiva (localização neuronal) é como o chamado substância branca (onde os axônios e as células gliais estão localizados). Após o término da fase aguda, a avaliação é realizada em média 55 dias após o diagnóstico.

“Ajustamos os resultados do teste neuropsicológico de acordo com a idade, sexo e escolaridade dos participantes. É possível perceber que o desempenho cognitivo das pessoas com sintomas tardios do COVID-19 foi inferior ao esperado. Eles tiveram um desempenho melhor que o brasileiro média "Algumas tarefas" são ruins, disse Yasuda.

Torun

29/01/2021

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